No primeiro dia, você
se olha no espelho e o que se passa na sua cabeça é que você quer desistir.
"Não tá nada legal, amiga" você fala pra si mesma. Aliás, levantar da
sua cama só foi possível depois de passar uns 10 minutos com as lágrimas escorrendo.
O motivo? Você não sabe definir. Especialistas em desastre da vida dos outros
chamariam de "Inferno Astral". Aliás, tem dias que você acha que se
baseiam nos desastres da sua vida para criar estes conceitos.
Vamos
lá, veste sua melhor roupa, aquela que você gosta e que nem pagou tão caro
assim. Põe uma maquiagem neste rosto, você merece (tentar) se sentir mais
bonita. Não põe aquele sapato que te aperta, coloca seu all star. Você precisa
manter seu estilo. Agora você tá preparada pra encarar o mundo. Ou não. Você tá
como um caco de vidro jogado no canto da sala que ninguém quer limpar. Mas você
abre um sorriso enorme quando vê a sua amiga naquele rolê que ela te obrigou a
ir, porque ela te conhece e quer te fazer sentir melhor. Amigas...
No
segundo dia, você já se olha e o vazio tá menor. Uma chama de esperança, bem
pequenininha começa a nascer. Diminui de acordo com o dia ruim que você vai
passando. As preocupações dominam o seu pensamento e parece que você é um
personagem de quadrinhos com uma nuvem negra em cima da sua cabeça, com direito
a raios e trovoadas.
A
rotina vai te envolvendo. Tá difícil na faculdade, tá pior ainda no trabalho. O
tempo pra viver essa fase infernal tá menor, mesmo ela sempre querendo uma
brecha pra surgir. Ótimo, você foi envolvida pela cidade cinza e você está cada
vez mais acinzentada. Do humor as roupas.
Você
está envolvida em terminar um projeto, em iniciar outro. É melhor arrumar a
casa que ela não vai se arrumar sozinha. Nem a sua vida. E isso te dá o maior
aperto no peito, ao saber que só você você mudar isso, e você se sente sem
forças, de mãos atadas para fazer qualquer coisa.
No
terceiro dia, você levanta e se olha no espelho. Você sorri.
Nenhum comentário:
Postar um comentário